Abraça-me...
Sei que acarinho a tua solidão,
As palavras lidas em horas calmas,
aceleraram o pulsar do coração,
ou apaziguam as nossas almas.
Abraça-me...
Ainda que não saibas quem eu sou,
e eu de ti, nada venha a saber.
A fantasia que criei quase me matou,
nas páginas do livro que estás a ler.
Abraça-me...
Acreditando que no mais íntimo segredo,
te faça entristecer ou ponha a sorrir.
Posso ser porto de abrigo ou até degredo,
mas as emoções que provoco, são a fingir.
Abraça-me...
Escuta em silêncio este espírito criador.
Encanta-me este encontro na leitura,
imprimi neste livro tanto amor
para vivermos juntos uma aventura.
Abraça-me...
Se gostares guarda-me na memória,
não em qualquer velha prateleira
Eu prometo manter intacta a estória,
que te pode alegrar a vida inteira
.
MARIA DE FÁTIMA GOUVEIA