terça-feira, 28 de fevereiro de 2012






















O LIVRO

Abraça-me...
Sei que acarinho a tua solidão,
As palavras lidas em horas calmas,
aceleraram o pulsar do coração,
ou apaziguam as nossas almas.

Abraça-me...
Ainda que não saibas quem eu sou,
e eu de ti, nada venha a saber.
A fantasia  que criei quase me matou, 
nas páginas do livro que estás a ler.

Abraça-me...
Acreditando que no mais íntimo segredo,
te faça entristecer ou ponha a sorrir.
Posso ser porto de abrigo ou até degredo,
mas as emoções que provoco, são a fingir.

Abraça-me...
Escuta em silêncio este espírito criador. 
Encanta-me este encontro na leitura,
imprimi neste livro tanto amor
para vivermos juntos uma aventura.

Abraça-me...
Se gostares guarda-me na memória,
não em qualquer velha prateleira
Eu prometo manter intacta a estória,
que te pode alegrar a vida inteira 
.
MARIA DE FÁTIMA GOUVEIA















NÃO SOU POETA

Tenho pena de não ter nascido poeta,
gostava de o ser, dentro e fora da minha alma,
para cantar com arte esta dor que não acalma.
Gostaria de saber entrelaçar palavras com flores,
ou pintar cenas coloridas nas paredes da vida.
Gostaria de pegar em lágrimas e agarrar sorrisos
e deles fazer poemas tão docemente corrosivos,    
que o chamar dor à  dor fosse uma  heresia,
sendo ela o engenho da mais bela  poesia!

Maria de Fátima Gouveia